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domingo, 19 de junho de 2011

REAL OU IMAGINÁRIO?

(foto Google imagens)

Histórias das mil e uma noites sempre fascinaram a humanidade. Quando as leio, tiro lições e procuro trazer o entendimento à vida real. Particularmente tenho predileções e separei a que julgo mais interessante pela atualidade. Após a narrativa, farei considerações a respeito. Há muitas versões e interpretações, mas a essência é fiel.
Conta a lenda que Sirin e Hüsrev eram filhos de nobres. Sirin uma formosa princesa e Hüsrev um garboso e valente príncipe. Os pais, movidos pela cobiça de somar fortunas fabulosas queriam o casamento. Ao mesmo tempo, montaram estratégia a fim de garantir o amor sincero entre os jovens. O pai do rapaz confeccionou um quadro do filho e ofertou a família da moça que o colocou nos jardins do palácio. A cada passeio de Sirin, era possível visualizar a imagem do rapaz, belo e elegante. Por sua vez, para impressionar o filho do amigo, o pai da jovem, traçou um plano diferente. Contratou um experimentado narrador para observar Sirin. Após gravar as características, deveria descrevê-la de forma a inspirar desejo ao rapaz. Isto feito, em pouco tempo estavam perdidamente apaixonados. A moça pela pintura e o jovem pela narrativa.
Ao completarem a maioridade, só pensavam em conhecer seus amores, que viviam em reinos diferentes. No dia combinado entre os pais nobres formaram-se as comitivas e partiram a procura do amor. Após um dia de viagem, ao final da tarde, chegaram quase juntos a um córrego para passar a noite. A princesa aproveitou para banhar-se. O príncipe, com sede e empoeirado, aproveitou a parada para tomar água no rio. Enquanto saciava a sede, avistou a linda princesa. Ficou impressionado. “Seria a princesa de meus sonhos?” pensou. Da mesma forma, diante do príncipe, a moça teve a sensação de estar diante da pintura que avistara nos jardins. Mas considerou: “Não pode ser, está sem o manto vermelho!”. Despistou os devaneios, colocou a roupa e recolheu-se a barraca para descansar.
No dia seguinte as comitivas seguem viagem com os príncipes sonhadores.
A história é conduzida e bem narrada oscilando entre a fantasia e a realidade. Apesar de cruzarem os mesmos caminhos, não se reconheceram.
Bem atual, a narrativa faz refletir sobre a internet e os chats de relacionamento. Após longas horas de conversa, onde sobram descrições fantasiosas e troca de fotografias manipuladas, os internautas marcam encontros e se mostram frustrados ao avistarem os companheiros de teclado. Frente a frente deixam de representar modelos da imaginação e se transformam em pessoas reais. E o que é mais importante?
O mesmo ocorre ao expectador. Ao assistir o filme, quem melhor impressiona, o personagem ou o próprio ator? A dúvida o deixa confuso. Balança entre o real e a fantasia. Experimenta a sensação de perda frente a realidade.
Cada um tem a resposta a esta questão.
O mundo virtual pode ser armadilha. A realidade, também.