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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

FERIADÃO NO RIO DE JANEIRO

(Esculturas em Copacabana-Fotos de arquivo)
O feriadão seguia seu rumo e minha programação incerta e livre me levou a orla de Copacabana onde um mar de gente caminhava. Alguns preguiçosos que nem eu, outros rápidos, talvez treinando para alguma maratona. Era uma noite agradável, com brisa deliciosa. O dia ensolarado passara nas sombras dos jardins do Museu da República no Flamengo lendo lições de vida de Sigmund Freud. Só interrompi a leitura para um lanche na excelente e alegre lanchonete local.
Paro em frente a escultura de areia. Uma obra perfeita de engenharia feita com miniaturas de monumentos da Cidade Maravilhosa e das Olimpíadas 2016. O Rio respira festas, o povo alegre curte cada canto da cidade. Idosos passeiam calmamente, até porque a velocidade das caminhadas pararam de ser objetivo da melhor idade.
O escultor da areia assiste fazer fotos. Aproxima. Euclides, mora há três anos no Rio de Janeiro. É gaúcho da longínqua Erexim, no Rio Grande do Sul. Saiu de casa aos 15 anos brigado com o pai para ganhar o mundo. Conhece vários países da Europa e, a cada local onde será a copa do mundo de futebol ou as olimpíadas, lá está a preparar sua arte. Fala que é contratado pelos Comitês Olímpicos ou pela Fifa, para esculpir imagens onde ocorrerão os eventos.
A escultura, feita com esmero, representa atrações cariocas, como o Cristo Redentor, o Pão de açúcar, os Arcos da Lapa, o Maracanã e várias outras dentro do plano de trabalho do artista serão feitas. Confessa que dispensa o projeto no papel. Memoriza a obra completa e executa tudo com “o dom que Deus me deu”. No total o projeto conterá monumentos cariocas com mais de 50 anos de construído.
Tem dois filhos. O mais velho com a moradora de favela do Rio de Janeiro, já falecida e o segundo, da qual ganhou um apartamento para viver, de uma americana de Nova York.
Euclides tem saudade de Erexim, onde nasceu, mas vê a cidade com limitações, com a ótica de alguém que já ganhou o mundo. Mulheres? Euclides teve muitas. Uma ou mais a cada cidade que passou. Lugar que mais gostou? “ Indonésia onde vivi sete anos”. E quer voltar para rever “uma loirinha estupenda com quem convivi por dois anos”.
É assim. Enquanto tem no peito o coração pulsando pela motivação do mais sagrado para viver: o amor. Atualmente, tem três paixões apenas, “minha neta, Deus e a minha obra.” Mas por pouco tempo. Sonha em ganhar o mundo e pensa nas próximas cidades sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas onde poderá realizar novos projetos em sua vida errante, repleta de aventuras. Projeto a curto prazo? “Ao final das Olimpíadas 2016, passarei uma temporada na Indonésia.”