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quinta-feira, 30 de setembro de 2010
JK É A LENDA
A realidade inúmeras vezes mescla com a fantasia e ambas se confundem num vai e vem entre o passado e o presente. Mitos da Antiguidade remetem aos dias de hoje, espelhando acontecimentos do dia a dia. Alguns cruéis, outros edificantes. As narrações épicas de Brasília se assemelham aos da história antiga. Algumas podem até ser inverossímeis, de qualquer forma amplamente divulgadas pela imprensa.
Ao consultar a vasta documentação disponível sobre Brasília, dá para acreditar que a escolha de Juscelino Kubitschek de Oliveira obedeceu critérios místicos. Pode-se comparar à lenda do Rei Artur, monarca que ocupou o trono da Inglaterra e viveu, caso tenha existido, entre os séculos V e VI d.C. A história antiga fala da espada enterrada numa pedra e a participação do mago Merlin.
(foto: fonte internet)
Nossa história, para início de conversa, começou com uma tragédia. O suicídio do presidente Getúlio Vargas em agosto de 1954. Ninguém acreditava na candidatura de JK. Os militares não o apoiavam. Desconfiavam isto sim, que o político mineiro teria apoio dos comunistas o que bastava para provocar arrepios na caserna. Ignoravam que o mineiro fora escolhido por entidades místicas, além de obra do destino.
A sequência de acontecimentos concorreria para a consolidação da vitória. Quem sabe até por obra de Merlin. O mago inglês definiu o método de encontrar o rei Artur entre os melhores guerreiros do reino, cravando uma espada encravada na pedra. O fato é que na corrida presidencial brasileira, em 1955, apareceu um candidato alternativo, Plínio Salgado. Pela postura, arrebanhou enorme quantidade de votos de Juarez Távora, forte opositor ao carismático JK. Os votos transferidos a Salgado facilitou a vitória do político mineiro. “A raposa pessedista”, faturou as eleições com o menor percentual de votos válidos da história do Brasil, míseros 36%. Propiciou assim a um cigano chegar à presidência do Brasil. Foi o primeiro e único do mundo.
Mas a sequencia de fatos necessários para Brasília acontecer, não estava completa. A construção da nova capital constava nas Constituições desde 1891, mas a efetivação era adiada continuamente pelos governantes. Parecia mais uma das leis previstas e não realizadas no país.
O destino arranjou as coisas. Após eleito, JK foi cobrado em público sobre a obra colossal. No comício datado de 4 de abril de 1955, em Jataí, Goiás, Antonio Soares Neto, o Toniquinho, questionou-o sobre o item da Constituição que falava sobre a construção da capital. Juscelino comprometeu-se em público. Em fevereiro de 1957, iniciaram-se as obras e em 41 meses, Brasília foi inaugurada para a incredulidade dos céticos.
O mago Merlin é fruto da imaginação inglesa, mas Juscelino valia-se do seu, bem real, de carne e osso. Consultava seguidamente o médium Chico Xavier. Pedia orientações à entidade mediúnica sobre os muitos problemas enfrentados durante a construção da capital.
Da mesma forma que os bispos católicos questionavam a proximidade do bruxo Merlin da realeza na versão inglesa da lenda do rei Arthur, a alta cúpula da igreja se perguntava o que fazia Juscelino ouvir o representante do espiritismo.
Não me espantaria se em solo goiano estivesse encravada uma espada. O predestinado JK desencravou-a e cumpriu a lenda da versão brasileira. A capital é hoje considerada uma das obras mais importantes da arquitetura e do urbanismo contemporâneos. E Juscelino Kubitschek, a lenda.
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