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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

CRESCEI-VOS E MULTIPLICAI-VOS

A moderna tecnologia disponível apresenta um grau de eficiência sofrível. É comum acontecer de utilizar aparelhos de última geração e ter pífios resultados.
No ano passado, uma colega de trabalho, após anos de casamento sem filhos, resolveu tentar a inseminação artificial. Claro que consultou o marido, cansado dos falsos alarmes de gravidez, das tabelas de fecundação e das esdrúxulas posições na cama para tentar a concepção. Imediatamente ele aceitou, pois o que mais incomodava eram as brincadeiras dos amigos que o acusavam de mau reprodutor.
A cada tentativa, era coletada uma amostra do material e entregue ao médico. O profissional de saúde identificava os espermatozóides mais eficazes e plantava no útero da mulher. A partir daí iniciava a expectativa da fecundação. Cada coleta funcionava como novo ânimo ao casal, logo arrefecido pelos sucessivos fracassos. Psicoterapias, remédios contra ansiedades e depressões e voltavam ao consultório para nova tentativa.
Ao contrário do casal acima, algumas culturas encaram a falta de gestação com absoluta normalidade. Aboliram de vez a criação de filhos na convivência a dois, decidindo abster-se num contrato verbal como cláusula de casamento. Possuem algumas características comuns, ganham bons salários e são mais consumistas que os colegas com crianças. Incompreendidos, são considerados rabugentos pela opção de viverem livres de rebentos.
E o mercado de consumo visualiza este segmento como um filão. Existem condomínios residenciais, como na Escócia, que é permitida a entrada de crianças apenas para visitas. Candidatos a condôminos, com filhos, são personas non gratas. Imagine o leitor, as mulheres grávidas sendo convidadas a sair do conjunto habitacional, a partir do nascimento dos bebês. “Senhoras, crianças são muito barulhentas”, dirá o síndico.
Na Europa a carência de herdeiros, transformou-se em problema sério. A Itália detém a menor taxa de fecundidade e o governo se obriga a premiar os casais com 1 500 dólares por criança nascida.
No Brasil, a média de filhos por mulher é 2,3. Acima, portanto, da taxa de reposição da população, que é 2,1. Mesmo assim, nos últimos doze anos, o número de casais brasileiros que optaram por abolir a gravidez, dobrou. De 1 milhão passou para 2 milhões. Por estes dados, chego a pensar que a inseminação artificial é um procedimento em extinção.
Custo a conceber o mundo vazio de seres humanos. O planeta solitário a gerar alimentos ficaria desconexo. Frutificar maçãs, laranjas e bananas para caírem podres do pé por falta de consumo é demais.
Povoar a terra é a função primeira da humanidade. Casais devem se organizar e repensar sobre a reprodução. Evitar a gravidez por dificuldades financeiras é desculpa esfarrapada. As gerações passadas tinham dez, doze filhos e todos tinham seu canto na mesa.
O Brasil é um pais enorme, necessitado de grande população para explorá-lo. Quando leio matérias sobre a falta de mão de obra na indústria, indicando importação de gente, me desassossego. Fico a pensar como isto é possível num país de altas taxas de nascimento.
Levantemos a bandeira da multiplicação. É saudável, desestressa e baixa a pressão alta, segundo o Ministério da Saúde.
E o melhor, eliminem a tecnologia para substituir o ato. Ao vivo com certeza é mais prazeroso.

2 comentários:

  1. Tocando os olhos em seu excelente texto, refleti. Não ter filhos é abdicar de deixar uma herança para o mundo. Nascemos semi prontos, nossos pais ou quem nos criou e educou dão o acabamento. O mundo capitalista, selvagem e hipocrita, criou como nossa permissão, um cenário de loucura. Paises com super população, locais como a África, onde ainda vivemos quase na era das cavernas, existe um europa, berço da filosofia, filha da crise. Uma potência, admirada e maquiada, envelhecida pela realidade dura, o sonho americano que virou quase pesadelo. Mas fora tudo isso, casais planejam seu orçamento, apertado, insuficiente ou generoso. Ter um filho, tornou-se um cálculo, na lista de contas como da energia, telefone e afins. Nosso orçamento está preparado pra isso?
    Também existe quem por filosofia de vida, escolha não ter, para alguns:egoístas, para outros: modernos. Seja qual for a opção, abrem mão de sua herança aqui, de alguém que leve seu sobrenome, suas características um pouco de seus valores. realmente é uma escolha difícil, mas é a melhor escolha! relaxe!

    Adriano Morais - Hotel Castelo - Sant'Ana do Livramento-RS

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    1. Ter filhos é um legado da natureza humana. Negligenciar isto em favor de um comodismo ou egoismo, pode trazer consequências nada animadoras. Só entendemos o verdadeiro sentido da vida, após os termos. Abraço.

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