(Por do sol de São Luís-MA-arquivo pessoal) |
Antes de garçom na barraca no Calhau, Jesus foi guia nos Lençóis Maranhenses, de onde trouxe opinião bem pessoal. Afirma que o turista dos Lençóis enfrenta inúmeras dificuldades, principalmente por receber informações insuficientes. A maioria chega ao local, sem saber que as dunas de areia, patrimônio turístico do estado, distam da capital mais de 300 km. Com esta distância, se perde metade do dia na ida e outra metade na volta, esticando a estada a no mínimo três dias, para conhecer os locais indicados pelos guias. Para hospedagem, o lugar conta com confortável estrutura hoteleira, mas Jesus adverte sobre os passeios turísticos que exigem um bom preparo físico. Por acontecerem em enormes dunas, castigadas por sol escaldante, assistiu a inúmeros turistas desavisados padecerem com severas queimaduras solares por falta de cuidados adequados e ajudou muitos outros, extenuados por longas caminhadas nas matas. O local é paradisíaco, sem dúvida, mas há necessidade de informações claras sobre as condições adversas, principalmente aos idosos.
Jesus admite que perdeu o pique para ser guia nos Lençóis. Prefere atender turistas nas barracas da praia do Calhau. Assim ajuda no sustento da mulher e filhos que vivem na pequena cidade do interior. “Enfrentar aquela mormaceira dos Lençóis o dia inteiro é complicado”, avisa.
Em Barreirinhas, Jesus deixou Severina e os filhos, já habituados a viver longe do pai. “Filho precisa do pai somente quando pequeno, após certa idade deve dar conta da vida”, ensina. O mais velho mora com ele e ajuda no atendimento às mesas. Todo final de semana envia parte do salário para o sustento da família. A mulher aceita o que recebe sem reclamar e ele a visita uma vez por mês. “Somos unidos, seu moço, ela precisa morar lá por causa da moradia. Em São Luís tudo é caro e homem sozinho vive em qualquer cantinho”.
Jesus também é milagreiro. Com tantas bocas para alimentar, arruma tempo e dinheiro para dar assistência a “cambalacho”, a segunda mulher, com quem tem “um filho por fora”, o José de Arimatéia. “Eu e ela somos amigos”, explica.
“Olha o por do sol, moço” – aponta encerrando a conversa, saindo rapidamente para pegar o troco.
uma vida dura, igual a muitos brasileiros, nordestinos, familias separadas por falta de trabalho e condições de moradia, infelizmente o Brasil cresce devagar por lá...
ResponderExcluirVerdade Regina, nos cabe narrar essas trajetórias de vida.
ExcluirOlá, Marco! Vim conhecer e gostei. Estou divulgando...vou conhecer um pouco mais...
ResponderExcluirabraço...
Obrigado, Rafael. Divirta-se.
ExcluirExcelente texto, Marco!
ResponderExcluirEstou divulgando nas redes sociais! Até mais!
È bom ter retorno sobre o que publico. Divirta-se. Um abraço.
Excluir"JESUS DO MARANHÃO... " LI E RECOMENDAREI, INCLUSIVE, NAS REDES SOCIAIS ONDE TENHO CONTA E MARCO PRESENÇA.
ResponderExcluirObrigado Aparecido. Conviver e ouvir atentamente o que a vida apresenta é tarefa que carrego desde a infância. Um abraço.
ExcluirMais um belo conto, levemente aguça a vontade de ficar lendo mais um pouco, de aprofundar-se nesta vida ribeirinha interessante a quem não conhece e instigante a quem a sabe no dia a dia, pra ti meu caro um gauchesco abraço tchê.
ResponderExcluirObrigado Castanheira, espero que continues acompanhando minhas postagens.Grande abraço.
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