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sexta-feira, 20 de maio de 2011

A FESTA DE BARÃO DO TRIUNFO

(foto: Marco)


Armandinho (85); Eloá(81); Lourdes (82)


Os mais experientes da familia Tassinari, presentes a festa.


Ao contemplar o modesto clube do Barão do Triunfo, onde se realizaria a 10ª Festa da família Tassinari, pensei que por mais difícil a programação, o evento deve sempre acontecer. Com qualquer número de presentes. As gerações que estão crescendo merecem conhecer a cidade, os parentes e a história de origem. Até suas vidas. Muitas vezes temos impulsos desbravadores e desconhecemos o temperamento. Apreciar a história da família ajuda a se conhecer melhor. Os imigrantes italianos iniciaram a conquista do solo através do trabalho duro, num desapego indescritível das coisas na terra natal. Muitos de nós, fizemos isto também. E as gerações mais modernas o fazem. Resolvi escrever este texto pensando nisto. Quem sabe em 2012, as novas gerações comecem a entender que conhecer os antepassados, é uma forma de se conhecer.
A Décima Festa da família Tassinari aconteceu no dia 15 de maio de 2011. Conforme foi votado no ano anterior, os familiares se reuniram no Município de Barão do Triunfo, há 100 quilômetros de Porto Alegre, terra onde houve a saga dos familiares que iniciaram a conquista das terras gaúchas. Este ano, a frequência do pessoal foi baixa. Na primeira festa acontecida no ano de 2001, os participantes chegaram há mais de 400. Desta vez, o evento reuniu cerca de 54 pessoas. Mas há explicações para isto. O primeiro foi a chuva que na véspera se abateu sobre a capital gaúcha, onde moram a maioria dos familiares, fazendo-os temer pelo acesso a cidade. E realmente enlameou muito e para quem vinha de Arroio dos Ratos, o lamaçal era um entrave na estrada de mais de 50 quilômetros de terra. Outro fato foi o frio intenso que com a chuva espantou os que pretendiam passar um domingo no interior. No caso, serra com montanhas. Mas calculo que o motivo de maior contribuição para o enfraquecimento do comparecimento foi o Grenal. Velho embate de futebol entre Grêmio e Internacional, que decidiria o campeão. O jogo, que começou as quatro da tarde, envolve todo o povo gaúcho e aí se inclui a família Tassinari, que se divide nestas horas, em torcedores do azulão ou do colorado. Os que foram a festa estavam indóceis para saber notícias, jogadores escalados, como estava o jogo e assim por diante. Mas a festa com toda modéstia, aconteceu linda como sempre. No cardápio o velho e saboroso churrasco, saladas e arroz. A sobremesa, cobrada a parte, foi saborosa. A organização pelas incansáveis Maria Augusta e Leoci, foi impecável. Se desdobraram para tudo acontecer sem sobressaltos. E foi o que ocorreu sem problemas. Sucesso como sempre.
Pelos registros oficiais os italianos, incluídos os da família Tassinari, chegaram ao Barão do Triunfo em 1889, onde receberam terras e materiais para trabalhar. A cidade em si, fala sua história. No nome das ruas, nos casarões antigos e até nas árvores centenárias que derrubam suas sombras pela pequena cidade. Em cada esquina uma história, uma recordação, alguém para contar algo. E é isto que a festa de família, que se realiza todo terceiro domingo do mês de maio de cada ano tenta manter viva: a chama destes imigrantes desbravadores. Ali chegaram, acreditando numa melhoria das condições de vida.
Barão do Triunfo é uma cidade cujo desenvolvimento me parece estar dentro de uma programação política que passa pela manutenção da primitividade. Localizada numa serra, com ruas e lombas que sobem e descem por toda cidade, não necessita de maiores desenvolvimentos. Não há problemas de engarrafamento, vagas no centro da cidade, nem assaltos a residência. Muito menos sequestros relâmpagos. A população vive confortavelmente, sem sobressaltos. O acesso, por qualquer lado, sempre passa por pelo menos 50 quilômetros de estrada de terra: Arroio dos Ratos, Sertão Santana ou Mariana Pimental. E isto contribui para um dos pontos pitorescos da viagem. Quem não curte estrada de terra, aluga vaga em ônibus fretado, saindo de Mariana Pimentel.
Entre os presentes os três membros mais idosos da família, Armando, o Armandinho com 85 anos, sua irmã Eloá, com 81 anos e Maria de Lourdes, de 82 anos. Os dois primeiros filhos de Helena Tassinari e Lourdes, filha de Dante Tassinari. Como Helena e Dante são irmãos, os dois primeiros e Lourdes, são primos irmãos.
Armandinho, cuja foto está estampada no texto, mantém o bom humor. Chama Lourdes de Baronesa, a representante mulher presente a festa, de mais idade. A alusão a Baronesa é pelo fato dela haver nascido na cidade.
Armandinho e Lourdes moram sozinhos, cada um num bairro d a capital do Estado, ambos viúvos, prova de vitalidade da família Tassinari. São independentes na labuta diária. Exemplo de vida para os jovens.
Armandinho recorda de muitos acontecimentos dos tempos de menino. Morou no Barão do Triunfo dos 2 aos 8 anos. Exibe uma bigorna em miniatura que tem mais de cem anos. O primeiro ofício foi o de ferreiro, aprendido com Dante Tassinari, pai da prima Lourdes. O pai de Armando era fabricante de explosivos e quase se rebentou quando a fábrica, que na época tinha segurança precária, voou pelos ares, enterrando o sonho do negócio e o sustento da família.
As 4h da tarde, todos começaram a sair. Os afoitos saíram mais cedo para pegar o segundo tempo do Grenal. Chovia muito e cheguei a temer pelas condições da estrada. Com receio peguei a que julguei mais segura, Sertão Santana. Doce ilusão. O prefeito havia mandado passar máquinas na pista e o barreiro fez o carro dar boas deslizadas perto da cidade.
Ao chegar a capital, o sol predominava e soube que o Grêmio havia perdido o jogo. Certamente se não houvesse viajado, o resultado permaneceria igual. Perderia a festa e meu time derrotado de qualquer jeito.
E viva as festas da família Tassinari! No ano que vem, Augusta e Leoci, conto com a garra de vocês para a realização da Décima Primeira. Se houver Grenal, proponho que se faça um abaixo assinado para a Federação Gaúcha adiar, caso contrário será um fracasso, do Grenal, claro.

4 comentários:

  1. Os Tassinaris são superticiosos? Não esquenta, vão ter outros campeonatos pela frente. ririri

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  2. Olá Marco, tudo bem? Olha só, tu escreveste no meu blog uns meses atras...procuro qualquer info sobre o paradeiro dos Mioli/Miolli/Bortolomiol no Barão... tem um livro sobre a cidade que parece que referencia meu bisavô João Miolli, por acaso tu tens este livro? Obrigado

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    1. Olá Andrio, gostaria que vc me enviasse novamente o endereço de teu blog, pois não guardei. Pode ser? Existe um livro sobre familias do Barão que é de um jovem escritor, já falecido, chamado Leandro Fallavena de nome Barão do Triunfo, Descobrindo a História. É vendido pela familia Fallavena. Você pode procurar pelo Google e entrar em contato. Boa sorte.

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