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sexta-feira, 3 de abril de 2015

MACHU PICCHU - PERU

(Machu Picchu - arquivo pessoal)
Para facilitar ao turista, os hotéis de Cusco guardam a bagagem sem custo adicional, pois visitar Machu Picchu requer pouso de uma noite no simpático vilarejo de Águas Calientes. Preparei a mochila com apenas uma muda de roupas, dei saída no hotel e entreguei a mala na portaria.
Eram 5h30 da manhã quando o ônibus chegou para iniciar a aventura. Neste ponto do passeio fomos agregados a um grupo com cerca de dezesseis pessoas, maioria brasileiros. O percurso é subida de serra e, após 1h 40 minutos, avisto a estação de trem de Ollantaytambo, onde se localiza uma feira incrível que comercializa tudo. As 8 h da manhã o trem parte, com longo apito e a partir daí paisagens se alternam entre montanhas e planícies. Em praticamente todo trajeto, a ferrovia segue paralela ao caudaloso rio Urubamba, o mesmo que quando chega a época das chuvas, causa inúmeros estragos as rotas turísticas de Machu Pichu. A composição oferece bom conforto, com poltronas almofadadas e farto lanche incluindo frutas tropicais. Após o término da viagem de trem, mais uma etapa de ônibus, agora subindo a Cordilheira dos Andes em zigue-zague. De um lado ribanceira e do outro, íngreme morro. Quando encontram dois veículos em sentido contrário há necessidade de buscar local seguro onde possam cruzar. Isso aconteceu por três vezes. Um dos veículos dá marcha ré até encontrar o local certo para atravessar.
Tudo é esquecido quando se avista a estrutura de pedras da cidade Inca. Única cidade preservada dos ataques espanhóis, quando invadiram a América. A civilização Inca mostra por meio das ruínas de Machu Pichu todo o esplendor como obra de um povo tecnicamente bem preparado. Um verdadeiro mistério de como formações rochosas esculpidas em enormes quadrados e retângulos foram elevados ao cume das montanhas. Mesmo que se diga que foram por meio de roldanas, fica difícil imaginar o deslocamento. A tardinha, voltamos ao povoado de Àguas Calientes. O ônibus cuidadosamente desce rodeando o morro da Cordilheira, ora a esquerda, ora a direita. Algumas vezes precisou manobrar para passagem de outro que subia. À chegada ao pé da montanha lia-se o alívio nos rostos tensos.
A noite em Águas Calientes, cidade ao pé das montanhas do sítio arqueológico, foi fria e chuvosa, mas não prendeu ninguém no hotel. Passear e tirar fotos na Praça das Armas, onde um monumento aos Incas se destacava majestoso, foi programa obrigatório. Ao lado do hotel, durante a noite, o caudaloso rio Urubamba teimava em sair do leito mas, contido pelas pedras, apenas assustou com barulho ensurdecedor a turistas insones que recordaram o noticiário de 2010 quando a inundação atingiu a cidade.
O retorno de trem teve até desfile de modas. Amostra de um tipo de lã denominada alpaca bebê, que, além de divertir e encurtar a viagem, rendeu bons lucros em soles, moeda peruana. Os assovios de brasileiros para as modelos, provocou estranhamento em turistas americanos e alemães, desacostumados a espontaneidade tupiniquim. No fim todos riram e participaram. Da estação de Ollantaytambo, de ônibus, teve início o percurso de cerca de uma hora e meia para Cusco. No caminho, os olhos curiosos dos turistas brasileiros avistaram camadas de neve no topo das montanhas da Cordilheira. No nosso nível de altitude, a leve brisa que entrava pela janela de alguém que fazia fotos, indicava que a temperatura estava baixa.
Machu Picchu e seus segredos ficaram para trás e o “soroche” aos poucos retornou, o que forçou o grupo a repetir mais uma dose de chá de coca ao chegar ao hotel em Cusco.

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