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quinta-feira, 2 de maio de 2013

AMIZADE TEM LIMITES

(Google Imagens)

- Eram três da tarde quando cheguei ao apartamento de Zoraia.- conta Roberto enquanto senta na poltrona em frente ao amigo..
- Como a conheceu? – Pergunta Marinho. 
- Você não prestou atenção, mas tudo bem repito. Ainda casado e morando em São Paulo, diariamente Zoraia e eu corríamos no Ibirapuera pela manhã. Pura amizade. Um dia foi transferida para o Rio e montou apartamento no Leblon. Recebi o endereço por um torpedo e o convite para quando fosse ao Rio, visita-la. A chance apareceu quando separei da Maria. Precisava espairecer e aceitei a oferta. Agora entendeu? – perguntou Roberto.
- Claro, prossiga.
Se conheciam há mais de vinte anos e nada acontecia com um que o outro ignorasse.
- Pois bem, Zoraia abriu a porta vestida apenas com camisola vermelha e convidou a entrar. O apartamento era de quarto e sala, decorado com imitação de cabine de navio com janelas tipo escotilha de gesso branco.  A um canto, um timão de barco e luminária dourada completavam a decoração. Parecia incomodada ao me perceber medindo o apartamento e  ressaltou que avisara sobre o tamanho. Tive de dormir no sofá na sala. 
- Pensei que dormiriam na mesma cama, afinal, divorciados, nada os impediria. – Marinho sabia que o amigo não desperdiçaria a chance, principalmente se tratando de Zoraia, morena linda e disponível no mesmo teto.
- Já te falei que nunca tivemos nada, apenas aceitei o convite para hospedar. Precisava espairecer durante o período crítico da separação. Fazer o luto da convivência com Maria. Enquanto Zoraia trabalhava, eu caminhava na praia. 
- Ora, eu mereço, conta outra. Durante o dia, Zoraia trabalhava e você curtia praia. Ela chegava, deitava e dormia. Faça-me o favor – Marinho abriu uma ceveja e dividiu em dois copos.
Roberto prosseguiu.
- No sábado ao acordar, observei um pacote de baseados na mesa. Algo mais seria servido no apartamento naquele dia, além da cerveja na geladeira.  Arrumei minhas coisas e saí sem despedir. No caminho, encontrei um policial com cão farejador que me cheirou dos pés a cabeça e só me liberaram após o bicho interessar pelo cheiro do apartamento de Zoraia. De mansinho, ganhei a rua. Tomei o metrô e cá estou. Amanhã quero praia e até lá, abrigar na tua casa. 
Marinho percebeu a intensão do amigo de terminar as férias em sua casa e o encaminhou para o quarto vago. Ao passar pela cozinha, percebeu o olho comprido do amigo para a irmã e avisou:
- Se der em cima de Alice, te boto porta afora. 

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